Igreja das Bem Aventuranças _ Palestina (Retirado do site Baixaki)
sábado, 17 de novembro de 2007
ARREBENTA AS CORRENTES
Arrebenta as correntes do teu medo,
mergulha nas torrentes do desejo!
Convida para o vinho e para o verso,
e a nudez brotará num de repente.
Destroça os teus fantasmas, aniquila-os
ao som do beijo ardente e dos murmúrios.
O amanhã é mistério impenetrável,
é plano, é sonho, é canto de promessas.
Levanta-te do asilo sem sentido,
arroja-te ao pulsar das emoções,
ao desalinho etéreo dos lençóis!
Assuma a transgressão que te enlouquece,
Desvenda este mistério que te abate,
solta o animal que ruge na tua alma.
(desconheço a autoria)
Arrebenta as correntes do teu medo,
mergulha nas torrentes do desejo!
Convida para o vinho e para o verso,
e a nudez brotará num de repente.
Destroça os teus fantasmas, aniquila-os
ao som do beijo ardente e dos murmúrios.
O amanhã é mistério impenetrável,
é plano, é sonho, é canto de promessas.
Levanta-te do asilo sem sentido,
arroja-te ao pulsar das emoções,
ao desalinho etéreo dos lençóis!
Assuma a transgressão que te enlouquece,
Desvenda este mistério que te abate,
solta o animal que ruge na tua alma.
(desconheço a autoria)
SENTIR VOCÊ
Sentir você
É sentir a brisa da manhã
O aconchego do brilho do sol
Sentir você
É sentir o pecado
Sem desejar o perdão
Sentir você
É embriagar-me
Desvendar ilusões
É encontrar paz
Aflorar emoções
Sentir você
É parar o tempo
Beijar suavemente o vento
Acordar a lua
É desejar ser eternamente
Sua
Simplesmente, sua.
(IolandaG)
Sentir você
É sentir a brisa da manhã
O aconchego do brilho do sol
Sentir você
É sentir o pecado
Sem desejar o perdão
Sentir você
É embriagar-me
Desvendar ilusões
É encontrar paz
Aflorar emoções
Sentir você
É parar o tempo
Beijar suavemente o vento
Acordar a lua
É desejar ser eternamente
Sua
Simplesmente, sua.
(IolandaG)
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Cai chuva do céu cinzento
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.
Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.
Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine consente)
Dentro do meu coração.
Fernando Pessoa, 15-11-1930.
********************************
Ah quanta melancolia!
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!
Que angústia desesperada!
Que mágoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada -
Deixai-os, que é tudo assim.
Sem sossego, sem sossego,
Nenhum momento de meu
Onde for que a alma emprego -
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.
Fernando Pessoa, 3-9-1924.
Que não tem razão de ser.
Até o meu pensamento
Tem chuva nele a escorrer.
Tenho uma grande tristeza
Acrescentada à que sinto.
Quero dizer-ma mas pesa
O quanto comigo minto.
Porque verdadeiramente
Não sei se estou triste ou não.
E a chuva cai levemente
(Porque Verlaine consente)
Dentro do meu coração.
Fernando Pessoa, 15-11-1930.
********************************
Ah quanta melancolia!
Quanta, quanta solidão!
Aquela alma, que vazia,
Que sinto inútil e fria
Dentro do meu coração!
Que angústia desesperada!
Que mágoa que sabe a fim!
Se a nau foi abandonada,
E o cego caiu na estrada -
Deixai-os, que é tudo assim.
Sem sossego, sem sossego,
Nenhum momento de meu
Onde for que a alma emprego -
Na estrada morreu o cego
A nau desapareceu.
Fernando Pessoa, 3-9-1924.
ANNABEL LEE *
(de Edgar Allan Poe)
Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.
Fernando Pessoa
* Traduzido de Annabel Lee, de Edgard Allan Poe, ritmicamente conforme com o original.
(de Edgar Allan Poe)
Foi há muitos e muitos anos já,
Num reino de ao pé do mar.
Como sabeis todos, vivia lá
Aquela que eu soube amar;
E vivia sem outro pensamento
Que amar-me e eu a adorar.
Eu era criança e ela era criança,
Neste reino ao pé do mar;
Mas o nosso amor era mais que amor --
O meu e o dela a amar;
Um amor que os anjos do céu vieram
a ambos nós invejar.
E foi esta a razão por que, há muitos anos,
Neste reino ao pé do mar,
Um vento saiu duma nuvem, gelando
A linda que eu soube amar;
E o seu parente fidalgo veio
De longe a me a tirar,
Para a fechar num sepulcro
Neste reino ao pé do mar.
E os anjos, menos felizes no céu,
Ainda a nos invejar...
Sim, foi essa a razão (como sabem todos,
Neste reino ao pé do mar)
Que o vento saiu da nuvem de noite
Gelando e matando a que eu soube amar.
Mas o nosso amor era mais que o amor
De muitos mais velhos a amar,
De muitos de mais meditar,
E nem os anjos do céu lá em cima,
Nem demônios debaixo do mar
Poderão separar a minha alma da alma
Da linda que eu soube amar.
Porque os luares tristonhos só me trazem sonhos
Da linda que eu soube amar;
E as estrelas nos ares só me lembram olhares
Da linda que eu soube amar;
E assim 'stou deitado toda a noite ao lado
Do meu anjo, meu anjo, meu sonho e meu fado,
No sepulcro ao pé do mar,
Ao pé do murmúrio do mar.
Fernando Pessoa
* Traduzido de Annabel Lee, de Edgard Allan Poe, ritmicamente conforme com o original.
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
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