segunda-feira, 26 de novembro de 2007



No meu corpo

Vivem as marcas de todas as guerras
Chagas de todas as dores
Feridas de todos os amores
No meu corpo vivem as cicatrizes de todos os lamentos

Gritos de dor, momentos
São valas de verga
Carne viva
Neste corpo, o meu
Lêem-se todas as batalhas
Escritas a ferro
Desenhadas à mão
E tu amor
Quando um dia me desnudares
Lerás toda uma história
Massacre, martírio dormente

E neste corpo que me deram
Vivo aprisionada
Serei sempre alma
Viva noutro lugar
E nestas marcas fundas da vida
Nas veias, carne ferida

Vou continuar
Sentindo tormentos
E quando um dia meu amor
Olhares o meu corpo
Na pele encontrarás desgosto
Na carne, chaga viva

E se mesmo assim me quiseres
Então amor, oferece-me o teu corpo
Para que a minha alma se encontre
E recupere da vida
Tenho marcas de batalhas sem fim
Mas a guerra será sempre minha

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