domingo, 23 de setembro de 2007



MINHA MADRUGADA

São horas que me consomem, em despedida…
É o silêncio que me acompanha, sem medida…
Enquanto o mundo dorme, em vã fuga da vida,
Eu me transformo em meio à paz merecida…
Como dispensar a madrugada em tom negrito
Se, somente ela aceita escutar meu grito?
Onde me escondo a desenhar meu escrito…
E escasseio meu momento, como num rito!
E me entrego torpe ao meu pensamento,

Para desaguar nele todo o meu tormento…
E assim lavar a fome, o sono, o lamento,
Que escorre de mim, feito folhas ao vento…
Não conhece o remédio, pobre alma aflita…
Não reconhece o vício que em si habita…
E quanto mais seca sua sede implícita,
Mais feroz minha solidão se incita…

(por Telma L. Moreira)

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